sexta-feira, 11 de abril de 2008

Domingos Soares Franco Colecção Privada Trincadeira 2001


José Maria da Fonseca – Vila Nogueira de Azeitão (Setúbal)
Vinho Regional Terras do Sado
17,15€ Continente
17/20

De forte cor rubi, concentração média, tal como a viscosidade, mas muito brilho. Um belíssimo vinho. O nariz não lhe fica atrás: couro, tabaco e fumados, balsâmico de excelente qualidade e fruta silvestre que se intensificam em frescura após agitar, surgindo também leve cânfora e madeira, e terminando com leve bouquet balsâmico. Excelente nariz. A boca é elegante e sedosa com os taninos macios envoltos em boa acidez e muita fruta madura, silvestre, vermelha e em compota. O final é persistente mantendo as notas atrás descritas: elegante, frutado e sedoso. È um vinho de porte aristocrático, belo e de extrema elegância, de qualidade absolutamente irrepreensível.

Pazo de Señorans 2006


Rias Baixas DO
Pazo de Señorans – Méis – Pontevedra (Espanha)
Cerca 10€ Supercor (Espanha)
17/20

De cor amarelo palha, apresenta bom brilho, concentração mediana e viscosidade média/baixa. O nariz revela muita fruta, notas de flor de laranjeira, tangerina, frutos tropicais e leve toque meloso. Secundariamente evidencia-se o lado floral, levemente especiado, sempre com muita frescura. Na boca mostra um corpo médio, boa frescura e acidez, alguma doçura muito bem contraposta à acidez. Pleno de fruta (sobretudo citrinos com a laranja a dominar, mas também algum fruto tropical). Não tem gás mas é um vinho levemente especiado, muito fresco e agradável. Termina elegante e longo. Excelente alvarinho.

Mouchão 2001


Vinho Regional Alentejano
Vinhos da Cavaca Dourada – Casa Branca (Sousel)
25,00€ Modelo
17/20

Um clássico dos vinhos portugueses. Uma das marcas mais antigas em produção, verdadeiro ex-libris da vitivinicultura alentejana. Elaborado exclusivamente a partir da casta Alicante Bouschet (a mais alentejana das castas francesas, praticamente extinta em terras de Voltaire, mas pujante no tórrido Alentejo…) é um vinho brilhante, concentrado (mas não opaco) de uma bonita cor granada e uma enorme viscosidade (é daqueles vinhos que quase se comem…).
No nariz é exuberante: balsâmico, com cânfora e muita fruta roxa, exala aromas a rodos como que anunciando a explosão de sabor que se seguiria. Após agitar, está bem presente o carácter telúrico do vinho alentejano, fresco mas anisado, com fortes notas tostadas que quase parecem gengibre… que se prolongam no bouquet.
Na boca é explosivo! Muito encorpado e com a acidez elevada, não é contudo um vinho demasiado taninoso. A fruta está bem presente, sobretudo roxa e silvestre, mas a boca é dominada pela forte extracção e pela acidez elevada que quase sugerem notas de metal amarelo (latão ou cobre) para além dos couros e marroquinaria que os vinhos desta região costumam mostrar.
Finaliza guloso e prolongado.
É um vinho cheio de carácter que ou se ama ou se detesta. Com alguma rusticidade, impressiona porém pela elevadíssima extracção e corpo, que conjugadas pela elevada acidez, obriga a uma degustação com tempo e paciência para vislumbrar as suas virtudes… Apesar da respeitável idade (6 anos) mostrou-se em plena força, capaz de aguentar e até melhorar, com mais alguns anos na cave. Para beber já aconselha-se a prévia decantação (que eu não fiz…).

Quinta das Baceladas Single Estate Tinto 2003


Bairrada DOC
Caves Aliança (Sangalhos – Anadia)
5,95€ Revista de Vinhos
17/20

Uma agradável surpresa. Um perfil bordalês perfeitamente conseguido, ao que não será alheia a responsabilidade enológica de Pascal Chatonnet. Feito com Merlot e Cabernet Sauvignon e uma pequena quantidade de Baga, provenientes da Quinta das Baceladas em Cantanhede, é um vinho de grande elegância. Suavíssimo, aromático, de porte aristocrático. Com estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês é um grande vinho que parece dar razão àqueles que defendem a “vocação” bordalesa da Bairrada. Ainda por cima a um preço muito atractivo. Está de parabéns a Aliança e os seus enólogos!

Quinta do Aciprestes Reserva 2003


Reserva 2003
Douro DOC
Real Companhia Velha (Cima Corgo)
11,50€ Napoleão
17/20

Elaborado a partir das castas touriga nacional e touriga franca de uma única propriedade no Cima Corgo, foi sujeito a estágio prolongado em barricas de carvalho francês e americano predominantemente novas.
De cor rubi escuro mas não opaco, tem excelente brilho e viscosidade média. Aroma a fruta madura e compota com forte componente vegetal e ligeiro toque floral. Secundariamente surgem notas canforadas e a menta, acentuando-se a frescura vegetal, que se prolonga no bouquet. Na boca é um vinho redondo, levemente adocidado, com notas de fruta vermelha madura, compota e vegetal seco. Finaliza longo e elegante, sempre frutado e muito persistente. Um excelente vinho do Douro, por um preço muito atractivo.

Quinta do Portal LBV 2001


Porto DOC
Quinta do Portal (Sabrosa)
15,99€ Modelo
17/20

Não sou um grande consumidor de Porto, confesso, como aliás se poderá constatar por esta lista referente aos vinhos provados em 2007. Mas gosto! É uma estranha inércia que me impele a coleccionar tintos de guarda a preços proibitivos e a esquecer este nobre produto da tradição nacional… Mas de vez em quando arrisco e quase sempre com resultados assinaláveis tal é a consistência dos produtores deste precioso néctar, sobretudo nas categorias especiais, onde se insere esta LBV da Quinta do Portal. Oriundo de uma única propriedade e colheita (no caso a Quinta do Portal em Celeirós do Douro e o ano de 2001) os LBV têm por particularidade face aos mais nobres Vintage o facto de passarem mais tempo a estagiar em barrica (em geral mais de 4 anos). Dai resulta um vinho mais macio e pronto para o consumo imediato, em detrimento dos mais complexos Vintages, engarrafados ao fim de dois anos e destinados à guarda prolongada.
Este Quinta do Portal é um vinho muito concentrado (quase opaco) de cor granada escura e de brilho e viscosidade apenas médias. O nariz está ainda um pouco fechado, mas muito fresco, mentolado até, com fruta vermelha muito madura (cristalizada mesmo) e fortes notas licorosas. Secundariamente revela uma enorme frescura vegetal com muita menta e alguma cânfora. Na boca é um vinho cremoso, medianamente doce e com uma acidez vegetal apetitosa e original. Mentol, algum anisado e muita especiaria (gengibre) fazem uma boca personalizada e extremamente agradável, sobretudo como digestivo, que se prolonga de forma lenta e muito aromática. Um belo Porto sem dúvida e a um preço convidativo.

Quinta do Falcão Reserva 2004


Reserva 2004
Ribatejo DOC
Casa Agrícola da Quinta do Falcão (Vila Chã de Ourique – Cartaxo)
5,95€ Revista de Vinhos
16,5/20

Elaborado a partir das castas touriga nacional, castelão e syrah, estagiou seis meses em barricas novas e mais um ano em garrafa. É um vinho do novo Ribatejo, conjugando a tradição (do castelão ou periquita) com a modernidade nacional (da touriga, a casta do momento) e internacional (da syrah, que tão bons resultados tem dado no Alentejo e também no Ribatejo).
O aspecto denota forte concentração, cor rubi brilhante, embora a viscosidade não seja muito elevada. O nariz é complexo, com notas de fumo, couro, campo, caruma e leve aroma vegetal envoltos em fruto roxo. Após agitar, um lado vegetal (provavelmente proveniente da touriga) revela-se intensamente, com notas muito frescas e mentoladas. No boca é um vinho encorpado com boa acidez e com os taninos bem evidentes, se bem que amaciados e de qualidade. A fruta é essencialmente roxa, com ameixas, uva de mesa e amoras, mas também um original toque de nêspera (será?...). A adstringência é elevada mas agradável. Finaliza prolongado e elegante com alguma secura que só lhe fica bem. Um bom vinho do Ribatejo.