sábado, 10 de maio de 2008

Alabastro Branco 2007


Vinho Regional Alentejano
Caves Aliança (Borba)
3,19€ Modelo
16/20

Dizem os especialistas que 2007 vai ser um ano espectacular para os brancos nacionais, capaz de os catapultar para um patamar qualitativo nunca antes atingido.
No entanto os portugueses puseram os brancos na prateleira, de há alguns anos a esta parte. Por razões que a própria razão desconhece, beber branco passou de moda (à excepção dos verdes que, apesar de tudo, mantiveram o seu lugar no coração dos portugueses, sobretudo no Verão e a acompanhar peixes e mariscos) e vinho passou a ser sinónimo de tinto. Há quem o justifique por razões de saúde (como se o branco fosse menos vinho que o tinto…), de estética gustativa (como na célebre frase feita – “Bebemos vinho ou preferes branco?”) e até os produtores começaram a tratar o branco como produto de segunda categoria (fruto da desvalorização que a menor procura provocou).
Como todos os fenómenos de moda, o ciclo dos tintos parece estar a terminar. Cada vez surgem mais e melhores brancos e até os respectivos preços começam a subir (havendo regiões no país, como o Alentejo, em que a boa uva branca já é paga substancialmente melhor do que a tinta).
Um bom ano vinícola, como parece ter sido 2007, poderá ser o empurrão que os brancos nacionais careciam para se imporem definitivamente aquém e além fronteiras.
Este Alabastro está longe de ser uma referência incontornável das Caves Aliança. Produzido na Quinta da Terrugem em Borba, de onde saem ícones como o T de Terrugem ou Quinta da Terrugem, é ainda assim, e por enquanto, o topo de gama branco da casa (ainda que referenciado como mero vinho tradicional, abaixo da gama Premium onde se insere por exemplo o Galeria produzido pela casa na Bairrada a partir da casta Bical). Este posicionamento dos brancos na gama Aliança alentejana (e apesar da moda porque passam castas como a Antão Vaz ou o Roupeiro, que compõem o lote) é sintomático da escassa importância que o branco representa na estratégia comercial da Aliança para o Alentejo… Penso que terão de a rever brevemente, pois o mercado apresenta sinais evidentes de que, muito em breve, serão os brancos a estar na moda.
Então e este Alabastro 2007, vale a pena ou não? Perguntam os leitores mais impacientes, cansados das minhas morosas deambulações. Apresenta-se impecavelmente: límpido, brilhante de viscosidade média e baixa concentração. O nariz é frutado e muito conseguido, com notas de maçã e pêra envoltas em leve madeira, num conjunto atraente e muito fresco. Após agitar exala um aroma notável de enorme frescura frutada. A boca é redonda com a acidez elevada mas sem comprometer, antes acentuando a frescura com notas de maçã reineta num conjunto muito agradável e apelativo, de perfil moderno e excelente apetência gastronómica. Finaliza correcto, de média duração, sempre com a acidez da fruta a dominar, e a viciar…
Um vinho de excelente qualidade e por módica quantia.

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