segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Singularis 2004



Vinho Regional Alentejano
Paulo Laureano Vinus (Vidigueira)
5,95€ Revista de Vinhos
16/20

O alentejano Paulo Laureano, formado em engenharia agrícola pela Universidade de Évora, é um dos enólogos portugueses mais conhecidos e requisitados, sobretudo no sul do país onde, desde há vários anos, desenvolve importantes tarefas como consultor de dezenas de produtores, entre eles alguns de grande fama e tradição, como a Herdade do Mouchão.
Em 1998 lançou-se na produção de vinhos próprios fundando a Eborae Vitis e Vinus, com marcas que cedo ganharam projecção no mercado como o Dolium, este Singularis e também o Vale da Torre, elaborados a partir de uvas próprias (oriundas de uma vinha de 10 ha perto de Évora) mas sobretudo de uvas seleccionadas, adquiridas a terceiros. Em 2007 deu um novo passo neste seu projecto de produção de vinhos próprios, adquirindo uma nova propriedade com 70 ha de vinha na Vidigueira e uma adega, que tratou de ampliar com as mais modernas tecnologias. Fundou duas novas empresas, a Paulo Laureano Vinus dedicada à produção própria e a Eborae Consulting dedicada à consultoria, que assim sucederam nos negócios da extinta Eborae Vitis e Vinus.
O objectivo declarado é a produção de vinhos de alta qualidade, exclusivamente elaborados a partir de castas tradicionais portuguesas, com uma forte aposta na exportação. A única excepção é a francesa Alicante Bouschet que, fruto da extraordinária adaptação ao solo alentejano e à sua quase extinção em terras gaulesas, se assume hoje em dia como lusitana por adopção.
Este Singularis é elaborado a partir das castas Trincadeira e Aragonês e tem uns comedidos 13,5% de teor alcoólico, para os tempos que correm e para a região alentejana, entenda-se.
Com uma bela cor granada, boa concentração e bom brilho, é um vinho que se apresenta bem, apesar da viscosidade elevada. Bastante aromático, com notas campestres e terrosas e de fruta silvestre e vermelha. Após agitar surgem notas metálicas e leve marroquinaria. Termina com ligeiro bouquet vegetal.
Na boca denota acidez crocante e adstringência mediana. É contudo um vinho surpreendentemente fresco, contrariando a tendência da generalidade dos vinhos alentejanos. A fruta é sobretudo silvestre e roxa, com framboesas e amoras a sobressaírem num conjunto agradável e muito amigo da mesa.
Finaliza correcto e de média duração.

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