quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Três Bagos Sauvignon Blanc 2007


Vinho Regional Duriense
Lavradores de Feitoria (Vila Real)
8,99€ Jumbo
17,5/20

O Douro é uma das regiões nacionais que se tem mostrado mais avessa à entrada de castas estrangeiras na sua produção.
Fiel às castas autóctones, na sua maioria com amplas provas dadas na produção centenária do vinho do Porto, é rara a exploração duriense que arrisca introduzir um Cabernet Sauvignon ou um Syrah nos seus lotes, quanto mais produzir um vinho extreme que não seja um Tinta Roriz, Tinta Barroca ou Touriga Nacional.
A excepção são os brancos. Menos cotados do que os seus irmãos tintos, os brancos do Douro roçam a mera curiosidade, produzida em pequenas quantidades, quase para consumo local. Mesmo o Porto branco tem uma presença muito discreta quando comparado com os aristocráticos tintos, únicos com direito a edições Vintage ou LBV.
Assim não admira que quando esta jovem empresa, formada por um conjunto de lavradores durienses, proprietários de algumas das melhores quintas e terroirs da região, se lembrou de produzir um Sauvignon Blanc, ainda por cima nas históricas vinhas da Casa de Mateus, em Vila Real, a ideia tenha soado excêntrica aos ouvidos de muitos. Escassos anos volvidos, sempre com resultados animadores, surgiu esta colheita de 2007, a confirmar plenamente a justeza da proposta. Num ano perfeito, com maturações lentas e uniformes, surgiu o melhor Sauvignon Blanc dos Lavradores de Feitoria e um dos melhores (senão mesmo o melhor) Sauvignon Blanc nacional.
Com fermentação em inox e apenas 20% do lote estagiado em barricas novas de carvalho francês, durante apenas 3 meses, resultou um vinho elegante e atractivo, fresco e citrino, conjugando brilhantemente a complexidade da casta com a frescura e mineralidade do solo e clima durienses.
De cor citrina e bom brilho, mostra-se mediano como convém na concentração e viscosidade.
O nariz exibe boas notas frutadas, com frutos tropicais (papaia, abacaxi) e alguma fruta cozida. Secundariamente o vinho respira frescura. Ananás, tangerina, leve mineral num conjunto esplêndido e muito conseguido. Bom bouquet frutado.
Na boca é um vinho redondo e de corpo médio a elevado. Elegante e de acidez contida, sem contudo comprometer a frescura, é um branco cheio de classe e de fruta, com as notas tropicais e citrinas a dominarem.
Finaliza longo e característico da casta, elegante e pleno de fruta.
Um grande sauvignon blanc do Douro!

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