quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Castas d’Ervideira Trincadeira 2004


Vinho Regional Alentejano
Ribeira da Ervideira (Évora)
8,59€ Supercor
15,5/20

Este vinho alentejano, elaborado sob a responsabilidade enológica de Paulo Laureano, provém das herdades do Monte da Ribeira e da Herdadinha, pertencentes à família Leal da Costa, descendente do Conde de Ervideira que aqui produziu vinho desde 1880. Com 160ha de vinhedos divididos pela Vidigueira (110ha) e por Reguengos (50ha), plantados entre 1986 e 2002, a Ribeira da Ervideira produz em 1998 o seu primeiro vinho próprio após um longo interregno, que durava desde 1950. Em 2002 nasce a adega da Ervideira, na Herdadinha no concelho de Évora. Das cerca de 800 mil garrafas produzidas actualmente, 40% destina-se ao mercado externo que é constituído por países como o Brasil, Canadá, Estados Unidos e México; Alemanha, Bélgica, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça; Cabo Verde, Angola e Moçambique; e ainda Macau/China.
As castas tintas representam ¾ da produção, sendo a Trincadeira e o Aragonez as predominantes (50%), seguidas de Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Caiada, Syrah, e Castelão. Nos encepamentos de brancos destacam-se as castas nobres tipicamente regionais como Antão Vaz, Roupeiro, Arinto e Perrum.
Este monovarietal de Trincadeira foi fermentado em inox e estagiou entre 6 e 8 meses em barricas novas de carvalho francês e americano. Foram produzidas apenas 6.600 garrafas.
De bela cor rubi com muito brilho, mostra-se bem com concentração e viscosidade médias. O aroma é sedutor e complexo com notas fumadas e de madeira exótica, fruta vermelha macerada e leve campestre, com breves notas de terra molhada. Após agitar surgem metais amarelos e leves notas herbáceas com o álcool a sentir-se ligeiramente. O nariz termina com um agradável bouquet frutado. Na boca mostra acidez média, tal como a adstringência que está presente sem nunca incomodar. Há um ligeiríssimo amargor que tende a desaparecer com a oxigenação. A fruta é roxa mas sobretudo vermelha e madura, com um agradável lado vegetal a contrabalançar e a impedir o vinho de assumir um carácter excessivamente telúrico como é característico da região. Não tem uma elegância aristocrática mas é um vinho alegre e sedutor, aberto com tudo no sítio e pronto a beber.
Finaliza muito correcto, sem defeitos e de média duração.

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