domingo, 26 de abril de 2009

Finca Flichman Reserva Shiraz 2004


Mendoza (Argentina)
9,48€ Jumbo
16/20

A centenária produtora Finca Flichman, de Barrancas, Maipú, na região argentina de Mendoza, com os seus 720 hectares (dos quais cerca de 300 de vinha), constitui um dos mais importantes investimentos da indústria vinícola portuguesa no estrangeiro, pertença que é do grupo Sogrape desde 1998.
Este Shiraz Reserva 2004 é uma marca exclusiva de exportação introduzida em Portugal através, naturalmente, da casa mãe, a maior produtora nacional.
De cor granada e boa concentração, exibe um brilho e viscosidade médios. O nariz evidencia acentuadas notas balsâmicas, campestres e de frutos silvestres, bem como algumas impressões de fumados e couro. Secundariamente surgem tabacos, leve metal amarelo e alguma cânfora.
Na boca é um vinho de acidez elevada, picante mesmo, que vai acalmando com a oxidação. De corpo médio e taninos aveludados, tem a fruta um pouco escondida. De perfil concentrado, algo fechado mesmo, mostra alguma fruta roxa e silvestre, mas com leve secura.
Finaliza correcto e de boa duração.

domingo, 12 de abril de 2009

Quinta do Portal Reserva 2004


Douro DOC
Quinta do Portal (Pinhão)
Revista de Vinhos, 5,95€
16,5/20

Uma empresa familiar bem enraizada na tradição duriense e que abraçou com paixão o conceito de “Boutique Winery”, dedicando-se à produção de vinho do porto, moscatel e vinho do Douro e bem assim aos espumantes e ao eno-turismo com alojamentos na Casa das Pipas situada na Quinta do Portal, no Vale do Pinhão, centro nevrálgico do Douro vinhateiro. Além desta quinta fazem parte do grupo as quintas da Abelheira, em Favaios, do Confradeiro, em Celeirós e a dos Muros, também em Favaios.
Este Reserva 2004 não é o topo de gama da casa, acima dele há ainda o Grande Reserva e o exclusivista Auru. Porém defende extraordinariamente os pergaminhos desta quinta por um preço bem mais convidativo…
De cor granada e bom brilho é um vinho de elevada viscosidade tal como a concentração. O nariz mostra-se ainda um pouco fechado embora prometendo muito. Fortes notas balsâmicas num aroma concentrado mas fresco. Notas fumadas e de frutos silvestres. Após agitar surgem alguns metais e muita marroquinaria, num conjunto fresco e vegetal, onde ressalta alguma cânfora. Termina com um agradável bouquet frutado, muito equilibrado.
Na boca é um vinho cheio. Acidez elevada mas pouco agressiva e taninos muito vivos fazem dele um vinho longevo. Apesar dos 5 anos está para durar ainda em curva ascendente. Ganharia com mais alguns anos de espera… É um tinto vigoroso, personalizado, com um lado vegetal e silvestre dominante, temperado por uma acidez crocante. A fruta é essencialmente roxa e silvestre. Mostra-se um excelente companheiro para a mesa.
Finaliza correcto, sem amargor, e prolongado, com a acidez a perdurar na boca uma sensação poderosa e original. Um vinho que vale a pena guardar mais algum tempo na garrafeira.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Casa dos Zagalos Reserva 2004



Vinho Regional Alentejano
Miguel de Orduña Viegas Louro (Estremoz)
10,90€ Carrefour
17/20

Oriundo da Quinta do Mouro, em Estremoz, e produzido desde 1998 este Casa dos Zagalos é assim, uma “segunda” marca da casa. Porém o perfeccionismo característico de Miguel Louro, responsável pela afamada quinta, não lhe permitiria lançar uma segunda marca da Quinta do Mouro, com um deficit qualitativo relativo à primeira. Este Casa dos Zagalos é um Reserva e como tal se impõe. Muito mais pela diferente personalidade que assume face ao mais tradicional Quinta do Mouro do que pelo preço (embora este se mostre mais atractivo). Um verdadeiro regional alentejano. Com isto quero dizer que se assume como um vinho alternativo, pese embora oriundo do Alentejo vinícola histórico e produzido com as suas castas tradicionais. Ao invés do carácter telúrico e quente dos vinhos tradicionais da região, o Casa de Zagalos Reserva procura a subtileza e a elegância. Um Alentejo sedoso e floral claramente diferente.
De cor granada viva e brilhante mostra boa concentração, sem exageros. O nariz é magnífico: perfumado, frutado e floral com notas campestres que primam pela elegância. Após agitar surgem algumas notas metálicas que lhe acentuam a frescura, terminando com um agradável e intenso bouquet.
Na boca é um vinho elegante, aristocrático mesmo. Corpo médio e taninos de seda com muita fruta e sem exageros: tudo no ponto. Um exemplo de suavidade e bom senso. Aqui não há modas de sobre extracção nem de excessos de madeira nem tão pouco de enormes concentrações. Há uma acidez clássica que lhe dá frescura e longevidade mas sobretudo um vinho maduro e elegante, polido e de grande nobreza. Um vinho que se bebe com muito prazer, com tudo no sítio mas sem ostentação. Uma vinificação do bom gosto.
Finaliza perfeito e de boa duração.